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Do primeiro computador brasileiro à segurança nuclear, desde sua criação a FDTE colabora para modernização tecnológica da Marinha do Brasil.

A FDTE foi criada pela USP, em 1972, para atender a uma demanda da Marinha do Brasil, que encomendou à universidade o desenvolvimento do G-10, o primeiro computador brasileiro industrializado.

Com o sucesso do G-10, a colaboração da FDTE com a Marinha se expandiu e abrange atualmente várias áreas do conhecimento, com projetos inovadores que atendem a necessidades tecnológicas e operacionais, especialmente em segurança nuclear.

Na engenharia naval e submarina, a FDTE conduziu estudos sobre processos de soldagem de aços em submarinos, essenciais para garantir a integridade estrutural dessas embarcações em condições extremas. Outro projeto foi a atualização e desenvolvimento do Complexo de Manutenção Especializada (CME), voltado ao apoio técnico para o primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear.

Na engenharia de sistemas e eletrônica, a FDTE contribuiu com o aprimoramento de sistemas de comunicação e controle. O projeto de análise do sistema radioteletipo melhorou a eficiência das telecomunicações navais, e o desenvolvimento de um modulador pulsado para o radar Marconi Type 968 da Fragata Rademaker fortaleceu a capacidade de monitoramento da embarcação. Além disso, a fundação projetou e implementou um sistema de varredura para mapeamento de campo acústico, que possibilitou avanços em testes hidroacústicos de alta precisão.

No campo da engenharia nuclear, a FDTE desenvolve tecnologias relacionadas à segurança nuclear. Um dos projetos é o desenvolvimento de recombinadores para controle de gases combustíveis em plantas nucleares. Outro, se refere à verificação e validação (V&V) de ferramentas computacionais aplicadas ao projeto LABGENE (Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica). Ainda em relação ao LABGENE, a FDTE foi responsável pela criação de um sistema de gerenciamento de atividades e metodologias analíticas para o licenciamento do laboratório. A FDTE também coordenou os trabalhos que resultaram no primeiro equipamento da Marinha capaz de simular a conversão de energia nuclear em energia elétrica.

Em razão do êxito desse conjunto de trabalhos, a FDTE foi convidada e participar de projetos e estudos realizados pela Agência Internacional de Energia Atômica, com sede em Viena, na Áustria.

Na área de tecnologia de materiais, a FDTE conduziu importantes projetos relacionados ao desenvolvimento de novos materiais para a Marinha. Isso incluiu a caracterização de materiais antirruído para janelas acústicas, que aprimorou o desempenho acústico em ensaios de cavitação no Labhidro. A fundação também desenvolveu componentes fabricados em materiais compósitos para aplicação em equipamentos de separação isotópica e preformas especiais de fibras ópticas dopadas com terras raras, mostrando sua capacidade de inovar na criação de materiais avançados.

Por fim, na área de gestão e infraestrutura de projetos, a FDTE esteve envolvida na elaboração do projeto conceitual de um complexo radiológico para o Estaleiro e Base Naval da Marinha, cobrindo desde definições técnicas até especificações de segurança. A fundação também desenvolveu e implementou uma plataforma computacional baseada na metodologia BIM (Building Information Modeling) para modernizar os processos de elaboração de projetos de engenharia da Marinha.